Governo projeta alta de 1,6% no PIB em 2017.
A equipe econômica deve
elevar de 1,2% para 1,6% a previsão de alta do Produto Interno Bruto (PIB) em
2017, no projeto de lei orçamentária para o ano que vem. Com a estimativa de
crescimento maior, o governo pretende “engordar” a receita prevista para o ano
que vem. Com arrecadação maior, ficaria reduzida a necessidade de medidas de
aumento de tributos para garantir o cumprimento da meta fiscal.
O projeto de Lei de
Diretrizes Orçamentárias enviado ao Congresso projeta um rombo de R$ 139
bilhões em 2017 nas contas do governo federal. Segundo uma fonte do governo, o
presidente em exercício Michel Temer não quer anunciar medidas de aumento de
impostos. A estratégia que está sendo traçada é mostrar que a meta orçamentária
pode ser garantida com o aumento da arrecadação, puxado pela retomada do
crescimento e pela venda de ativos. Não está descartado, porém, o envio ao
Congresso de algumas medidas “pontuais” de alta de alguns tributos para serem
analisadas pelo Congresso.
O número de 1,6%, no
entanto, está acima das previsões do mercado para o crescimento do PIB no ano
que vem. No relatório Focus do Banco Central, que compila as previsões do
mercado financeiro, a estimativa média para o crescimento da economia no
próximo ano está em 1,1%, embora algumas instituições até visualizem a
possibilidade de um resultado melhor, próximo de 2%.
Na segunda-feira (15) o
ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, voltou a dizer que, se for necessário
para o reequilíbrio das contas públicas, haverá aumento de impostos. Segundo
ele, porém, a economia está evoluindo dentro das projeções e começa a dar os
primeiros sinais de retomada. “As indicações são de que vai haver crescimento
da economia e consequente aumento da arrecadação. Se isso se configurar, não
será necessário aumentar impostos. Mas, se for necessário, nós vamos aprovar
(esse aumento)”, disse, após reunião com analistas do mercado financeiro em São
Paulo.
Mais tarde, Meirelles e os
ministros da Casa Civil, Eliseu Padilha, e o interino do Planejamento, Dyogo
Oliveira, se reuniram com o presidente em exercício, Michel Temer, para tratar
exatamente do orçamento de 2017.
Quando apresentou, no
começo de julho, a proposta de meta fiscal com um déficit de R$ 139 bilhões no
próximo ano, o governo revelou que a conta incluía um reforço de receitas de R$
55,4 bilhões, que viriam principalmente de concessões de serviços e da
privatização de estatais.
Agora, com a aposta de que,
passado o processo de impeachment, a economia terá uma evolução melhor do que a
prevista anteriormente e de que as receitas devem crescer mais no próximo ano,
essa necessidade de reforço deve ser menor. Ou seja, o governo trabalha com um
cenário em que será preciso privatizar menos e ainda assim evitar aumento de
impostos.
Fonte: Isto É