Acidentes com escorpiões: cuidados devem ser redobrados em períodos de altas temperaturas

As altas temperaturas somadas ao período de reprodução dos escorpiões – que ocorre nos meses quentes – tem impactado também nos índices de acidentes envolvendo esses animais. Em 2023, o primeiro trimestre registrou o maior número de casos registrados desde 2020.

No Estado existem três grandes espécies mais comuns, todas conhecidas popularmente como escorpião-amarelo. O animal geralmente vive em terrenos baldios e esgotos e chega às residências por meio de ralos da cozinha e banheiro, podendo causar sérios acidentes.

Segundo Alexandre Moretti de Lima, médico e responsável clínico do Ciatox, crianças e idosos compõem o principal grupo de risco de acidentes por escorpiões, visto que os casos tendem a evoluir com maior facilidade.

“Na maioria das vezes, 98% dos casos são de quadro leve, só com dor local. Em crianças e idosos a gente tem que tomar cuidado pelo risco de manifestação sistêmica e necessidade de soro. Se evoluir com o quadro cardiopulmonar, com edema agudo de pulmão, taquicardia, hipertensão, sudorese, salivação e palidez, será necessário a utilização de soro escorpiônico”.

Cuidados

Para evitar acidentes com escorpiões, o Ciatox recomenda:

  • Usar água sanitária nos ralos e frestas de portas;
  • Instalar barreiras mecânicas nas portas;
  • Evitar o acúmulo de entulhos;
  • Fechar frestas e rachaduras nas paredes;
  • Manter o ralo do banheiro fechado após o banho;
  • Vedar bem as caixas de gordura.
  • Bater os sapatos antes de usá-los.
  • Sacudir roupas antes do uso.

Alexandre Moretti ainda destaca que manter o ambiente limpo é uma das principais maneiras de prevenir o aparecimento de escorpiões, visto que insetos, baratas, gafanhotos e grilos são alimentos para esses animais. O cuidado ambiental é indispensável para a segurança da população nessas situações.

Além disso, em caso de acidente, é necessário lavar o local da picada com água e sabão. Moretti afirma que a vítima deve procurar a unidade de saúde mais próxima e passar por atendimento imediatamente. “Em raros casos vai ser necessário a utilização de soro antiescorpiônico, mas quanto mais precoce a utilização, menor a chance de mortalidade”.

Ao matar um escorpião, se possível, ele deve ser recolhido e levado ao CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) do município para auxiliar na identificação e medidas de prevenção e controle da espécie. Caso haja a necessidade do soro antiescorpiônico, a determinação da espécie também auxilia no tratamento para o envenenamento.

Por Heloisa Duim

Fonte: https://www.saude.ms.gov.br/

Foto: Sina Katirachi / Unsplash

Categoria:Notícias