OMS acredita no aumento de casos de Zika nos próximos meses.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) advertiu nesta segunda-feira (25)
que o número de casos de pessoas afetadas pelo vírus da zika pode aumentar
“significativamente” nos próximos meses e atingir outras regiões do mundo.
Com o início na Europa da temporada dos mosquitos, “a possibilidade de
uma transmissão local combinada com prováveis transmissões por via sexual
poderia provocar um aumento significativo do número de pessoas afetadas pelo
zika e das complicações que isto representa”, afirmou a vice-diretora geral da
OMS, Marie-Paule Kieny, em uma conferência sobre o tema em Paris.
“Na medida em que as temperaturas começam a aumentar na Europa (com a
aproximação do verão no hemisfério norte), duas espécies de mosquitos Aedes,
conhecidas por transmitir o vírus, vão começar a circular”, disse Kieny.
“O mosquito não tem fronteiras”, completou.
Mais de 600 cientistas participam nesta segunda-feira e na terça-feira
no Instituto Pasteur de Paris em um colóquio internacional sobre o vírus da Zika,
que se mostrou mais inquietante do que se imaginava.
Os cientistas tentam determinar quando tempo o vírus pode permanecer no
corpo humano, o grau de risco de transmissão por via sexual e a lista completa
de doenças que pode causar.
Também devem falar sobre o vínculo do vírus com a microcefalia, uma
patologia que provoca danos cerebrais graves nos recém-nascidos, e com a
síndrome Guillain-Barré, que pode provocar paralisia e morte.
A OMS já declarou esta doença uma “emergência de saúde pública de alcance
internacional”.
O vírus da zika, transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, provoca muitos
problemas na América Latina desde 2014, mas também preocupa a Europa, apesar da
maioria dos casos da doença ser considerada leve.
Segundo o Instituto Pasteur, 1,5 milhão de casos foram contabilizados no
Brasil, principal foco da epidemia.
De três a quatro milhões de casos estão previstos para o continente
americano.