Exercícios evitam e até revertem perda de neurônios no coração.
NEURÔNIOS DO CORAÇÃO
Conforme
avançam, os problemas cardíacos têm um efeito substancial: a perda de neurônios
que inervam o coração.
Essa perda
de células nervosas ajuda a piorar o quadro porque prejudica o funcionamento
adequado das vias relacionadas ao funcionamento cardiovascular, dificultando,
por exemplo, a redução dos batimentos e da pressão arterial.
A boa
notícia é que os exercícios físicos bloqueiam essas alterações e ainda corrigem
a frequência cardíaca.
"Esse
achado nos permite compreender mecanismos através dos quais o treinamento
físico melhora o prognóstico da insuficiência cardíaca, sem os efeitos
colaterais de tratamentos medicamentosos," disse o pesquisador Marcelo
Hiro Akiyoshi Ichige, do Instituto de Ciências Biomédicas da USP, que fez a
descoberta em conjunto com a professora Lisete Compagno Michelini.
A insuficiência cardíaca induz uma diminuição do
número de neurônios preganglionares vagais numa região do cérebro denominada
núcleo ambíguo (em cima). O treinamento físico reverte esse efeito (embaixo).
Imagem: Marcelo Hiro Akiyoshi.
RECUPERAÇÃO CARDÍACA
A
insuficiência cardíaca é uma condição acompanhada pela redução da função dos
ventrículos (câmaras do coração responsáveis pela ejeção do sangue para o corpo
e para a circulação pulmonar), ativação de mecanismos nervosos e hormonais
compensatórios e disfunções do sistema nervoso autônomo (parte do sistema
nervoso que troca estímulos e informações com as vísceras e outros sistemas),
resultando, entre outros problemas, na elevação da frequência cardíaca.
O estudo,
realizado com animais de laboratório, mostrou que seis semanas de exercícios
físicos diários são suficientes para começar a evitar a perda dos neurônios
ligados à atividade cardiovascular, readequando o fluxo nervoso para o coração.
A correção
da disfunção autonômica, obtida pela atividade física, ocorre mesmo com a
persistência de função anormal dos ventrículos, e a continuidade dos exercícios
mostra uma reconstituição das células nervosas inicialmente perdidas.
Os
resultados foram publicados no The Journal of Physiology.
Fonte: Diário da Saúde