Não corra atrás do vento!
Salomão em seu tempo de aflição e meditação chegou à máxima conclusão sobre a
vaidade quando escreveu em Eclesiastes 2:26: “Descobri que todo trabalho
e toda realização surgem da competição que existe entre as pessoas. Mas isso
também é absurdo, é correr atrás do vento.”
Ele foi o rei mais sábio e mais habilidoso de todos os tempos.
Juntou riquezas, negociou bons produtos em seu mercado, e contratou as mais
especializadas mãos de obra de engenharia, arquitetura e artes de seu tempo.
Fez alianças proveitosas para si, construiu o Templo e outros grandes projetos
(inclusive alguns que nem precisavam), mas enriqueceu o seu reinado em
Jerusalém. A ele foi dada a incumbência de erguer a Casa de Deus ali, tarefa
essa dada por Deus a seu pai Davi. (I Cr. 22:8-11).
Salomão, então inicia a sua empreitada e o seu reinado de forma
excelente. Primeiramente pede a Deus sabedoria para reinar sobre Israel e para
governar sobre o povo, uma nação e uma nacionalidade conquistada e consolidada
a duros esforços de Davi. (II Cr. 1:2-13)
Logo o novo rei faz amizades, parcerias e alianças com os
engenhosos fenícios, e ao ganhar a graça do rei de Tiro, através da
convocação de cerca de 180 mil escravos negociados na Fenícia, em troca de
trigos e outras especiarias, constrói e conclui o templo em cerca de 07 (sete)
esperados anos. “Pronto! Era o que Davi, meu pai sonhava, mas que Deus
entregara a mim a finalização de tal projeto”. Deus prometeu que os seus
olhos e ouvidos estariam atentos às orações que surgissem naquele lugar.
(I Reis 9:3).
Não obstante, dada à vaidade, o Rei resolve agradar as sua
centenas de concubinas, e, para estas constrói os mais valiosos e
esbeltos palácios. É aqui que começaremos este estudo.
O Senhor fez aliança eterna com Davi, pai de Salomão (II Sm. 23:5
e Is. 55:3). Ele prometeu que a herança de Davi seria eterna (um governo
eterno, Jesus). Que, Salomão ergueria o templo, Deus também falou a Salomão
sobre esta aliança, e deu ao sucessor a chance de obedecer aos seus estatutos.
Contudo o reio Salomão foi vencido por sua imaturidade espiritual, e pelo
espírito de avareza e de cobiça. A vaidade, uma qualidade exercida
primeiramente pela astúcia da serpente lá no Éden, suscitando a queda do homem,
também, veio a invadir o coração de Salomão, e isso o levou à decadência e à
decadência de seu povo, como o Senhor lhe houvera dito em I Reis 9:3-9:
“O Senhor tornou a aparecer a Salomão; como lhe tinha aparecido
em Gibeom.
3 E o Senhor lhe disse: Ouvi a tua
oração, e a súplica que fizeste perante mim; santifiquei a casa que edificaste,
a fim de pôr ali o meu nome para sempre; e os meus olhos e o meu coração
estarão ali todos os dias.
4 E se tu andares perante mim como
andou Davi, teu pai, com inteireza de coração e com sinceridade, para fazeres
segundo tudo o que te mandei, e guardares os meus estatutos e os meus juízos,
5 Então confirmarei o trono de teu
reino sobre Israel para sempre; como falei acerca de teu pai Davi, dizendo: Não
te faltará sucessor sobre o trono de Israel;
6 Porém, se vós e vossos filhos de
qualquer maneira vos apartardes de mim, e não guardardes os meus mandamentos, e
os meus estatutos, que vos tenho proposto, mas fordes, e servirdes a outros
deuses, e vos prostrardes perante eles,
7 Então destruirei a Israel da terra
que lhes dei; e a esta casa, que santifiquei a meu nome, lançarei longe da
minha presença; e Israel será por provérbio e motejo, entre todos os povos.
8 E desta casa, que é tão exaltada,
todo aquele que por ela passar pasmará, e assobiará, e dirá: Por que fez o
Senhor assim a esta terra e a esta casa? 9 E dirão: Porque deixaram ao Senhor seu Deus, que
tirou da terra do Egito a seus pais, e se apegaram a deuses alheios, e se
encurvaram perante eles, e os serviram; por isso trouxe o Senhor sobre eles
todo este mal.
Palácios e mais palácios
Apesar de toda a sabedoria que Deus haveria dado a Salomão, o rei
cometeu grandes deslizes, em suas distrações. Foram essas irrelevâncias que
bloquearam a sabedoria do rei e os cegaram os sentidos espirituais. As
mulheres da vida lhe cobraram um alto preço de vaidade também. Para elas, o rei
distraído e desviado do propósito de Deus, construiu palácios mais exuberantes
que o templo e a casa do próprio rei, e também altares de idolatria aos mais
perversos deuses de outros povos. Era mais uma gaveta de embaraço que estava
começando a se encher num armário de armadilhas emocionais que custariam muito
caro. O rei confessaria mais tarde, o quanto esteve correndo atrás do vento.
A manutenção da exuberância dos palácios salomônicos gerariam
impostos elevadíssimos, e, claro, o descontentamento político e social
começaria a sucumbir. Logicamente que adversários começariam surgir. Era
difícil continuar mantendo a ostentação diante da iminente miséria de seus
vizinhos. Com políticas econômicas opressoras, Salomão havia esquecido até de
suas origens humilde e camponesa ao estabelecer tributos de elevadas cargas
monetárias ao povo e ao estrangeiro. Era necessário manter a honra de toda
aquela estrutura pomposa e fabulosa. E, você? Que reino você está
construindo? Um reino temporal de um pastor, de um apóstolo, de uma igreja ou o
Reino do Rei dos reis e Senhor dos senhores?
O povo humilde esquecido e com Deus já há tempos afastado, era
óbvio que aquilo que estava sendo desenhando na história de seu reinado era um
mergulho em mais um cego e novo abismo. Como dizem as Escrituras: “um abismo
chama outro abismo”. Com a estrutura espiritual dos palácios
abalados e o propósito do templo de Deus corrompido, os reflexos
desse efeito espiritual na nação de Israel viria a ser avisadamente devastador.
Salomão estava tão distraído com os propósitos eternos de Deus
que, apesar de que estava engrandecendo o nome de seu território, ele não
estava percebendo o quanto estava enfraquecendo a sua nação.
Salmos 42:7
“Um abismo chama outro abismo, ao ruído das tuas catadupas; todas
as tuas ondas e as tuas vagas têm passado sobre mim.”
Deusas e mais deuses
Os reis do oriente possuíam grandes haréns, e o número de esposas
significava poder, glória e majestade. Quanto mais mulheres, mais poder!
Salomão exagerava nessa ostentação.
(I Reis 13) registra esta história:
O rei Salomão amou muitas mulheres estrangeiras, além da filha de
Faraó: moabitas, amonitas, edomitas, sidônias e hetéias,
2 Das nações de que o Senhor
tinha falado aos filhos de Israel: Não chegareis a elas, e elas não chegarão a
vós; de outra maneira perverterão o vosso coração para seguirdes os seus
deuses. A estas se uniu Salomão com amor.
3 E tinha setecentas mulheres,
princesas, e trezentas concubinas; e suas mulheres lhe perverteram o coração.
A Poligamia não era admitida, apesar de que alguns homens de
Israel, assim como Salomão, levados por vaidade ou falta de entendimento o
fizeram. Contudo todos tiveram que colher frutos amargos por causa desse
costume. Mas, e quanto a você, homem de Deus deste século, quantas mulheres
você tem? Saiba que as consequências da desobediência são pesadas. Continuemos
na história de Salomão:
4 Porque sucedeu que, no tempo
da velhice de Salomão, suas mulheres lhe perverteram o coração para seguir
outros deuses; e o seu coração não era perfeito para com o Senhor seu Deus,
como o coração de Davi, seu pai,
5 Porque Salomão seguiu a
Astarote, deusa dos sidônios, e Milcom, a abominação dos amonitas.
6 Assim fez Salomão o que
parecia mal aos olhos do Senhor; e não perseverou em seguir ao Senhor, como
Davi, seu pai. 7 Então
edificou Salomão um alto a Quemós, a abominação dos moabitas, sobre o monte que
está diante de Jerusalém, e a Moloque, a abominação dos filhos de Amom.
8 E assim fez para com todas as
suas mulheres estrangeiras, as quais queimavam incenso e sacrificavam a seus
deuses. 9 Pelo
que o Senhor se indignou contra Salomão; porquanto desviara o seu coração do
Senhor Deus de Israel, o qual duas vezes lhe aparecera.
10 E acerca deste assunto lhe
tinha dado ordem que não seguisse a outros deuses; porém não guardou o que o
Senhor lhe ordenara. 11 Assim
disse o Senhor a Salomão: Pois que houve isto em ti, que não guardaste a minha
aliança e os meus estatutos que te mandei, certamente rasgarei de ti este
reino, e o darei a teu servo.
12 Todavia nos teus dias não o
farei, por amor de Davi, teu pai; da mão de teu filho o rasgarei;
13 Porém todo o reino não
rasgarei; uma tribo darei a teu filho, por amor de meu servo Davi, e por amor a
Jerusalém, que tenho escolhido.”
Conta o historiador Claudionor Corrêa de Andrade, em seu Livro, A
História de Jerusalém, que “cada concubina tinha direito a cinco servas. O
harém ainda dispunha de eunucos e outros empregados de manutenção”. Um gasto
enorme para manter a honra em tais competições de haréns.
Eunuco eram homens castrados, contidos na sexualidade,
considerados servos de absoluta confiança do rei, e como recompensa, elevados
salários lhes eram confiados também. Os estudiosos chegam a descrever cerca de
trinta e cinco mil pessoas dentro do harém de Salomão. Ele esqueceu-se da
generosidade e fidelidade de seu Deus para se entregar às filosofias faraônicas
e orientais de seu tempo. Competindo com outros reinos, em busca de honras e
mais honras, Salomão alimentava as suas vaidades. Qualquer semelhança com o
nosso tempo seria mera coincidência?
As vaidades de Salomão
Salomão havia construído o Templo requerido a Davi pelo Senhor,
e, logo, logo, viriam às demais suntuosas construções de suas vaidades, aquelas
que atrairiam belos e interessados olhares de todos os povos ao redor do Egito
e Eufrates.
Fama, respeito, notoriedade, foram sendo introduzidos ao rei, ao
passo que o propósito eterno de Deus ia ficando de escanteio. Salomão começaria
a se distrair com outros propósitos, aqueles temporais e terrenos que a vaidade
do homem os requer Aliás, o palácio do rei, as casas de suas mulheres, e o seu
harém, chamaria mais a atenção do que o próprio templo de Deus. O rei estava
mais conhecido na terra do que o próprio Deus de Israel.
E, quanto a você, igreja do século 21, qual vaidade tem distraído
a você como igreja em sua cidade ou em sua nação? A quem você deseja
impressionar, a Deus? Com quem você estaria competindo coisas? O que você está
construindo como igreja, reino próprio ou o reino de Deus?
Continuando…
Os Fenícios derrubaram muitas árvores para servirem a Salomão. A
casa do rei era conhecida ironicamente como a Casa da Floresta do Líbano, pois
foi de muitos milhares de madeiras daquele país que sua estrutura fora
construída. Todo rei ou rainha importante, de tanto ouvirem falar da fama
de Salomão e de Israel queriam visitar Salomão. Então, muitos e ricos presentes
lhes era entregue em cada visita. O acúmulo de riquezas fez do rei o homem mais
rico e poderoso de todo o Oriente Médio de sua época. Naquele tempo o metal
mais precioso era o ouro, porquanto a prata nem ganharia importância diante de
tanta expressão e glamour do amarelo dourado e reluzente. Muitas terras tinha o
rei.
O Egito já estava enfraquecido, mas Salomão, distraído com as
suas vaidades, não estava prestando atenção em duas coisas muito importantes:
Deus; o Senhor da história e da eternidade; com sua
generosidade e infinita misericórdia, o único Deus é bom e justo;
O inimigo. Os inimigos são trapaceiros, sagazes, maliciosos,
astutos, sutis, cruéis, e mortais. No caminho da descendência de Salomão viriam
por aí os impérios assírio e babilônico… Mas, seria do Egito que viria o
primeiro adversário a se levantar contra os hebreus (I Reis 11:14).
Deus se movendo na história da
humanidade e da eternidade
Por aqui já está dando pra gente perceber que as distrações da
vida são geradas por coisas que envaidecem o coração do homem. Sutilmente, a
sua mente deixa de valorizar as coisas que Deus mandou valorizar para que,
envolvendo-se em distração, esqueça-se da adoração. A vaidade o faz
competir. Ninguém poderá chegar ao seu nível, seja nível de conhecimento, seja
de instrução, seja de adoração.
O rei Salomão pensou nisso, quando deixou de agir com sabedoria
para valorizar apenas a sua inteligência e habilidade: “Descobri que todo
trabalho e toda realização surgem da competição que existe entre as pessoas.
Mas isso também é absurdo, é correr atrás do vento (Eclesiastes 2:26)
E, você, hoje? Tem dado mais valor ao que JESUS nos mandou fazer
ou aos vários entretenimentos gospel de nosso século? O que você tem feito como
“igreja”, tem gerado mais vaidade ou mais espiritualidade? Como igreja, você
tem chamado a atenção para si, sua inteligência, e suas habilidades. A sua
atenção está mais voltada para o seu palácio na terra ou para o Reino Eterno de
Yeshua?
João Batista apontava somente para o Messias. Ele não tinha nada,
não era nada, nem profeta se considerava um, mas, segundo Jesus, jamais houve
ou haverá ninguém maior que ele dentre os homens nascido de mulher! (Lucas
7:20).
Pois é, Deus está se movendo na história Dele. Ele escreveu a
nossa história com o dedo perfeito Dele no tempo Dele porque Dele, por Ele e
para Ele são todas as coisas. Mas e você está se movendo dentro desse contexto
divino, e dentro da ideia original de Deus ou encontra-se distraído com a
história ou ideia humana.
TESTE DE VAIDADE. VEJA SE VOCÊ ESTÁ CORRENDO ATRÁS DO VENTO:
Salomão, o sábio, depois de todo o seu trabalho, diante de muitas
tolices, meditou em sua fadiga e observou os SEUS resultados com a seguinte
avaliação em Eclesiastes 1:17: “Contudo, quando avaliei tudo o que as
minhas mãos haviam feito e o trabalho que eu tanto me esforçara para realizar,
percebi que tudo foi inútil, foi correr atrás do vento; não há nenhum
proveito no que se faz debaixo do sol.”
Não é que Jesus falou o contrário disso, quando disse para sermos
abundantes, e que o nosso trabalho NÃO é vão (no Senhor), pois é, “no Senhor”.
Jesus não correu atrás do vento. Ele não tinha vaidade alguma.
Conclusão
O homem mais sábio do mundo, distraído em suas vaidades, foi
dominado por seus desejos e os desejos de suas mulheres. Assim,
colecionou glórias e honras, as quais, de acordo com os Estatutos do Rei
Eterno, deveriam ser espiritualmente desabilitadas. Eram temporais, e coisas
temporais não podem sobrepujar às eternas. Apesar de suas tolices, no fim de
sua vida e reinado, aquele homem resolveu arrepender-se, alcançando a
misericórdia de Deus, com uma simples oração: (Eclesiastes 12:13).
“De tudo o que se tem ouvido, o fim é: Teme a Deus, e guarda
os seus mandamentos; porque isto é o dever de todo o homem. Porque Deus há de
trazer a juízo toda a obra, e até tudo o que está encoberto, quer seja bom,
quer seja mau”.
E, com essa oração, Salomão demonstrou a nós, que Deus não
deixou, nem deixará de participar, nem de governar a história da humanidade e
das Nações, até que venha o reino Dele e seja feita a Sua vontade assim na
terra como no céu. Você precisar ser um personagem ativo (não um mero ouvinte)
da história de Deus para executar as ações de implementação e perpetuação de
Seu reino eterno e inabalável. Ele é o Senhor da Nações e da Eternidade.
Não se distraia e Siga a Jesus!
Autor: Claudinho Santos